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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Separar pigmentos das folhas

Ainda sobre o Outono e as folhas que insistem a criar belas paisagens, trago-vos hoje uma forma de demonstrar que efectivamente as folhas têm, mesmo quando estão verdes, vários pigmentos encerrados nas suas células.
Já aqui vimos como decompor e separar as cores que existem nas canetas de filtro, hoje vamos ver um procedimento semelhante para as células vegetais. 
No caso do ensaio de hoje não basta colocar o filtro de café em contacto com a folha pois os pigmentos estão encerrados nas células da folha e é necessário extrai-los primeiro.

Cromatografia: A cromatografia é, como o próprio nome indica, a escrita (grafia) das cores (cromo) e é uma das principais técnicas que os bioquímicos utilizam para separar misturas.


Precisamos de:
  • Algumas folhas,
  • Frascos pequenos, podem até ser boiões de iogurte,
  • Tampas para os frascos, caso não tenham podem utilizar película aderente, daquela normal de cozinha
  • Álcool,
  • Filtros de café, de papel,
  • Panela,
  • Água quente da torneira,
  • Caneta,
  • Fita cola, ou papel autocolante onde se possa escrever,
  • Faca ou colher, de plástico,
  • Relógio, ou cronometro.
Como fazer:
  1. Primeiro decidam quantas folhas querem utilizar, por vezes é interessante recolher folhas de diferentes árvores e cores, ou de diferentes locais (o jardim, a rua, o parque... por exemplo);
  2. Recolham 2 a 3 folhas de cada local, no caso deste exemplo utilizámos folhas do vaso da cozinha (A) e da sala (B) cá de casa;
  3. Coloquem uma etiqueta em cada frasco, as etiquetas devem ter escrito o local onde as folhas foram apanhadas e/ou a cor delas antes de serem trituradas (ou mesmo o tipo de árvore);
  4. Cortem cada conjunto de folhas em pedaços muito pequenos;
  5. Coloquem-nos nos frascos e etiquetem-nos;
  6. Adicionem álcool suficiente a cada frasco, deverá cobrir as folhas cortadas;
  7. Cortem um pouco mais as vossas folhas utilizando a faca ou a colher, macerem bem, com cuidado;
  8. Cubram os frascos com a película aderente;
  9. Coloquem os frascos na panela/tabuleiro raso com cerca de 3 cm de água quente da torneira, como se fosse um banho maria;
  10. Aguardem o tempo necessário, até o álcool adquirir cor, quanto mais escuro melhor;
  11. De vez em quando agitem os frascos, com cuidado;
  12. Vão substituindo a água de forma a que esta esteja sempre morna;
  13. Enquanto esperam preparem os filtros de papel, cortem-nos em tiras, uma por cada frasco, e rotulem-nas iguais a cada um dos frascos;
  14. Quando derem o procedimento da extracção por concluído, aquele que se está a passar no frasco com o álcool, retirem os frascos da água;
  15. Abram-nos, com cuidado não respirem os vapores que vão sair lá de dentro;
  16. Coloquem uma tira de papel de filtro dentro de cada frasco de modo que uma das extremidades toque no álcool, podem utilizar o mesmo método que usámos aqui, nas canetas de feltro;
  17. Dobrem a outra ponta sobre a parte superior do frasco e fixem-na com fita adesiva;
  18. O tempo que a cromatografia demora depende muito da concentração da solução que se formou no álcool, do tipo de filtro, do tipo de álcool... pode demorar entre 30 a 90min;
  19. Quando as cores deixarem de migrar, retirem as fitas de papel do álcool;
  20. Observem.
Resultados:
O álcool vai viajar ao longo do papel, nesta viagem ele irá arrastar consigo os pigmentos, cores, que estão em solução e que foram extraídos das folhas. No final da cromatografia, depois dos tais 30-90 minutos (no caso do exemplo fizemos com 60minutos), as cores viajaram distâncias diferentes no papel, e observam-se manchas de cores.


Porquê?
Não nos podemos esquecer que neste caso estamos a separar constituintes celulares que fazem parte das células das folhas, são macromoleculas que têm estruturas bem diferenciadas, cada uma delas absorve a luz em comprimentos de onda (CO) diferentes. Esta absorção em CO diferenciados faz com que estes constituintes exibam cores diferentes, como vimos no post anterior das cores de Outono.
Por serem diferentes, tem pesos diferentes, os pigmentos mais leves migram mais "para cima" no papel, os mais pesados "desistem" da subida e ficam mais perto da base. Como cada um deles exibe uma cor, teremos listas de cores diferentes.

Et voilá!
As cores estavam mesmo lá, apesar da cor que se via!


Divirtam-se!

1 comentário:

Débora Miranda disse...

Indiquei vc em um desafio lá no blog.
Dá uma passadinha lá e confira.


atravesdascores.blogspot.com

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